quarta-feira, 17 de março de 2010

130. É guerra mesmo...

Para aqueles que duvidam de que seja guerra o que se trava na rua, recebi um folheto neste sábado último. Um grupo de evangélicos me entregou na rua ao som de um brado...não sei se "a paz do Senhor" ou " Meu jovem...", ou "Deus te abençoe"...sei lá. Foi um susto. Não prestei atenção ao que foi dito.

No folheto estava um convite para a família. Assim está na frente do folheto:

"Minha família-Abençoada por Deus".

Mas é no verso que está o mais interessante. Está escrito:

"...Onde o Ministério que ora no Monte vai determinar a sua Vitória, através da oração e imposição de maõs, em uma grande Campanha de Fé, para abençoar você, seu lar e sua Família.".

"O Senhor Jesus pode trasnformar o seu lar e dar proteção de tudo que possa ameaçar a sua paz familiar.".

Palavras chaves? "Determinar" e "Vitória", mas numa construção que gera uma expectativa enorme. Claro. Querem que o povo vá até lá para que a vitória com letra maiúscula seja determinada e para que Jesus que pode transformar e dar proteção cumpra seu papel.

Esses folhetos nunca trazem informações essenciais. Algo como... eu posso determinar à vontade e pode ser que Deus não queira e...assim...já era para você!

Ou outra informação como... Jesus transforma se você quiser transformar. Se você não está disposto a fazer coisa alguma para mudar a sua vida, Jesus não vai agarrar-lhe pelos cabelos e obrigar a alguma coisa...

Pergunto-me como deve ser interessante determinar algo. Eu DETERMINO e pronto. É isso aí. eu sou o SENHOR. Eu mando. É a minha vontade.

É a vitória com letra maiúscula de quem não aceita que sua vontade não seja a determinante.

5 comentários:

  1. Essa discussão dá uma boa monografia - se não de teologia, pelo menos de linguística. Na faculdade de Biblioteconomia, participei de uma pesquisa sobre metáforas conceituais. É uma teoria de dois americanos, Lakoff e Johnson, que diz que as metáforas estão na base do nosso pensamento. Por exemplo, se a gente fala em "ganhar", "perder" ou "investir" tempo, é porque pensamos o tempo em termos de dinheiro. Seria interessante investigar as consequências de pensar a evangelização em termos de guerra... E será que existe opção?

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  2. Muitíssimo interessante! Gostei da sugestão...

    Sei não, mas acho que você me deu a ideia que procurava para minha monografia.

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  3. É a inversão de papéis:
    - O Criador passa a ser nosso criadinho, que tem que fazer nossas vontades...
    - Fazer Deus nossa imagem e semelhança...
    - Deus me deve algo quando faço algo por Ele ou por meu irmão. Passo de devedor a credor...

    E, também, o esquecimento de alguns pontos...
    - Ouve-se muito o "Pare de sofrer" - só esquecem de acrescentar então para rasgar e jogar fora Eclo 2,1s: "Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação..."

    Na verdade, no fundo, se deveria haver uma guerra, acho que seria dentro de nós mesmos - entre o "homem novo" e o "homem velho", já mencionada diversas vezes por Paulo. Neste sentido, acho que a idéia de vitória e de guerra até se aplica, mas não como infelizmente ouvimos corriqueiramente por aí.
    Mais um trechinho que acho que anda meio esquecido: Ef 6,12 - "Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar..."

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  4. Bem...esquecer o Eclo 2,1 é fácil! Ele não está na Bíblia dos protestantes! hahahahahahahaha

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  5. Tá bom... Eu me esqueci desse detalhe...
    Eureka! Então talvez seja por isso! rsrsrs...

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