segunda-feira, 7 de setembro de 2009

050. Seria fácil.

Seria extremamente fácil fazer o trabalho abaixo anteriormente. Bastava embromar e escrever aquilo que o professor gostaria de ler. Já fiz isso algumas vezes. Não faço mais. Não pretendo mais fazer.

Se o professor não gostar, azar.

Fiz aquilo que considerei honesto.

O texto é longo e as perguntas do trabalho estão numeradas. Trata-se da matéria "É preciso ouvir as más notícias" publicado pela HSMManagement 75 JULHO-AGOSTO 2009.

1- Como as regras de ouro do empreendedorismo podem ser aplicadas às suas atividades diárias na Igreja ou ministério onde você atua?

As regras de ouro do empreendedorismo não são exclusivas ao mercado empresarial. Esta distinção é essencial para que não se julgue falar de empreendedorismo como se falasse em ministério e confunda-se empresa com igreja. São instituições diferentes e, embora andem juntas em alguns aspectos, não podem estar associadas, ou se terá o risco de perder a visão de lucro para uma e de ganhar a visão de lucro para outra. Assim como uma não é um ministério filantrópico, a outra não é uma organização que visa aumento da receita.

As regras de ouro podem ser aplicadas aos mais variados ramos de atividades, sejam profissionais ou não. Simplificando-as, consistem de três coisas básicas: (a) ter uma segunda opinião, (b) saber se é o ideal para si e (c) estar com alguém junto na execução da tarefa.

Com relação à aplicação destas regras na atividade que desenvolvo na igreja é preciso saber primeiro que ocupo o cargo de conselheiro da organização missionária Embaixadores do Rei, sendo assim, trabalho com crianças e adolescentes.

Ao trabalhar com este grupo a primeira regra é fundamental, pois os menores não têm a capacidade adulta de dissimilação e sempre dizem aquilo que os agrada e que não os agrada (principalmente) em qualquer projeto. Ignorar as opiniões contrárias acarretaria na perda do respeito e no fracasso de qualquer iniciativa, devido à contrariedade com que seriam desempenhados os papéis, a saber, a conhecida “rebeldia” juvenil.

A segunda regra é igualmente aplicada no trabalho com a organização. A quantidade de homens que deixam o trabalho com a organização Embaixadores do Rei é enorme e já é possível perceber as dificuldades que isto acarreta.

O trabalho com a organização em questão é desgastante devido aos inúmeros problemas que enfrenta como preconceito, falta de verbas, falta de material adequado, falta de local específico para realização de reuniões e etc. É preciso que aquele que deseja trabalhar com esta organização tenha real certeza de que sua personalidade lhe manterá firme quando as intempéries chegarem e sempre chegarão. O trabalho penoso e muitas vezes custoso financeiramente definitivamente não é para qualquer um. Infelizmente não me lembro de quantos “conselheiros” abandonaram a embaixada da qual eu fazia parte, sei apenas que foram muitos e que deixaram para trás um grupo de meninos que foram enganados pela certeza de que ali se levantava um líder.

A terceira e última regra é a mais necessária de todas com relação à organização Embaixadores do Rei. Como foi citado acima o preconceito de muitas igrejas e, aqui especificamente a comunidade reunida no local e não o pastor ou a liderança, prejudica o trabalho. Como exemplo a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro que possui mais de 3000 membros arrolados e apenas 20 embaixadores do rei, ou seja, menos de 1% em relação aos membros. É preciso utilizar muito tempo na construção do consenso de que a organização Embaixadores do Rei é uma opção viável no desenvolvimento físico, moral e espiritual das crianças e adolescentes. Tal construção de consenso implica na desconstrução do preconceito de que a organização é o local para manutenção de arruaceiros. É preciso também despender tempo na constituição do consenso entre os embaixadores para que ultrapassem a visão limitada que os outros fazem deles.

2- Na sua opinião, baseado no texto fornecido, o peso do emocional pode impactar a criação de ministérios ou organizações? De que forma? Como é possível minimizar estes impactos?

O peso emocional pode impactar a criação de ministérios e organizações. Este impacto pode ser bom ou mau.

É preciso entender que as pessoas são muito mais do que números e ovelhas. Elas são pessoas e como pessoas, têm suas particularidades que não podem ser generalizadas. É claro que um grupo unido por um ideal pode ser entendido como um grupo coeso, mas não é possível esperar lógica de filosofias religiosas e das pessoas que as seguem e de igual modo, não se podem agrupar todas e esperar que trabalhem juntas.

Não se pode ignorar o lado emocional, afinal o ser humano é mais do que apenas racional e, de fato, o pensamento é anterior à racionalização.

Se uma pessoa não tem o lado emocional, que aqui será utilizado no lugar de “aptidão”, suficientemente estruturado para ver alguém passar fome, de modo algum poderá atuar na assistência social de uma igreja. Embora que a sua dor seja um mecanismo que possivelmente a levaria à ação, ainda assim uma doença sintomática seria o imaginável fim.

Do ponto de vista daquele que está na liderança o peso emocional é ainda mais denso, pois será preciso lidar com os mais variados tipos de pessoas e aprender a chamada “arte do relacionamento” se quiser que seu ministério ou organização funcione.

De acordo com o texto, quando uma organização é muito grande, os esforços na contenção de incertezas são equivalentes. Numa igreja acontece da mesma forma e dificilmente um membro sem experiência de liderança será colocado num cargo de importância. É preciso que o membro construa sua história na igreja e que ao fazê-la, comece sempre em organizações pequenas, sendo infelizmente muitas vezes colocado com crianças, como se elas não merecessem ou carecessem de pessoas qualificadas.

As organizações menores cumprem seu papel na formação do líder, mas de modo algum deveriam ser colocados líderes sem preparo em contato com as pessoas, ainda mais quando se tratam de igrejas e fiéis. O que é feito com os seminaristas é vergonhoso. Um seminarista é exposto a conteúdos acadêmicos potenciais para a mudança de vida e até da fé, não sendo o melhor momento para trabalhar com pessoas que precisam de orientação.

Para minimizar esses impactos o ideal seria que fosse estabelecido um programa de treinamento em que os conteúdos práticos fossem priorizados. O seminarista é um exemplo disso, pois deve estagiar desde o primeiro período, mas apenas no sexto período será ministrada a disciplina “Aconselhamento”, logo, exige-se algo sem que sejam dados os meios para o cumprimento do serviço.

Muitos bons projetos são rejeitados por que não estão de acordo ou ameaçam a estrutura já estabelecida. No texto há o relato do empresário Fábio Seixas que deixa clara a necessidade de investimentos em estruturas novas que possibilitem aos funcionários maior liberdade de expressão. É óbvio que aplicar isso ao âmbito eclesiástico é problemático, pois tudo numa igreja deve ser certo, ou pelo menos visto como certo.

Enquanto se mantém a estrutura hierarquizada e em muitos casos obsoleta, várias pessoas com valiosos talentos são desprezadas. Não é à toa que tantos jovens, para citar apenas um exemplo, saem de igrejas de linha tradicional conservadora e vão para igrejas neo-pentecostais nas quais encontram liberdade para fazer parte da igreja.

O preparo é a chave de leitura de qualquer situação e deve-se investir nele.

3- O consenso pode ser uma das chaves para o sucesso de um projeto? Porque?

O consenso pode ser uma das chaves para o sucesso. Embora a palavra tenha vários significados, é justo pensar que o autor do texto não a utiliza como tolerância, mas sim como adesão que é estar ligado por uma íntima união, do contrário não há razão de ler o texto.

A união é muito difícil de ser conseguida e no texto há a quantidade impressionante de empresas que abriram e fecharam segundo os dados de 2008. Se imaginarmos que várias dessas empresas podem ter fracassado pelo falta de união, é possível perceber a importância da constituição do consenso.

Quando as pessoas estão reunidas por seus próprios interesses é extremamente fácil que se desviem cada uma para um lado na busca do bem individual, o que prejudica o grupo. Quando estão reunidas por um objetivo comum é assaz relevante como abdicam do particular em prol do todo e do cumprimento da tarefa a que se designaram.

Cabe ao líder, seja pastor, administrador de empresa, regente, ministro de música, professor de E.B.D. ou qualquer outro tipo ter em mente que as pessoas se sacrificarão por aquilo em que acreditam. Dar tempo para a formação desse objeto de crença, desse ideal é necessário para que o grupo se consolide e, ao fazê-lo, esteja preparado e motivado para ultrapassar barreiras.

De igual modo e muito mais importante, o líder jamais deve se aproveitar da crença e do compromisso das pessoas para exigir que elas abdiquem de suas vidas. Parece que a maioria dos líderes aplica a regra inversa e faz de seus interesses os objetivos do grupo quando o correto seria buscar o alvo geral. Exploram. Oprimem.

É claro que um líder pode trazer seus sonhos para um grupo, mas seria honesto se não considerasse a sua verdade como a verdade universal e ajudasse a todos no processo de descoberta de seus significados individuais para juntos construírem o motivo de consenso que os tornariam uma equipe.

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