Conversando com uma pessoa que leu um dos meus textos no blog, percebi que não fui totalmente compreendido quando me referia a imagens pintadas (sem qualquer conotação católica) para nos aprisionarem e, portanto, decido explicar um pouco mais aqui para que o leitor (se é que há mais algum) não enxergue aqui o que não está escrito.
As imagens feitas por líderes religiosos enfeitam os salões de nossas vidas de tal forma que não percebemos que são imagens, mas isto não significa que todos os estes líderes tenham pintado as imagens.
Muitos dos que estão nas lideranças de igrejas e comunidades religiosas estão aprisionados em imagens construídas. Eles não têm consciência de que suas convicções são tão pueris que com um leve sopro se desfazem. Dizer a algum deles que um personagem bíblico pode não ter sido realmente como eles imaginam e atestam com toda certeza que é, pode ser catastrófico. Esses estão na mesma cela que muitos e, não os culpo por pregarem a verdade que acreditam, pois não tiveram alguém que os contasse como as imagens são falsas.
Não fico indignado com o fato de estarem à frente de multidões e pregarem a plenos pulmões as mensagens que consideram corretas. Eles não sabem.
Não se engane o leitor ao pensar que a um líder religioso o conhecimento de algumas coisas é obrigatório. É totalmente possível “nascer e morrer cristão” sem nunca sair do fundamentalismo por não ter tido acesso a outras formas de conhecimento. Julgue o meu caso. Foram vinte e seis anos dentro da igreja. Igreja Batista e presente em todos os cultos, classes de E.B.D. (Escola Bíblica Dominical), união de jovens e organização missionária, corais...e nunca disseram aquilo que só ouvi e li quando ingressei na FABAT. Até professor de E.B.D. eu fui e, coitados dos alunos.
As imagens que nos aprisionam foram construídas em outras eras. Hoje elas são restauradas. A teologia da prosperidade, por exemplo, é uma restauração de outra imagem pintada há muito tempo.
Culpo aqueles que tiveram e têm acesso às informações que a maioria não tem. Pessoas que ocupam cargos importantíssimos na igreja e que ajudam a manter o povo aprisionado. Consideram as pessoas como ovelhas e a igreja como seu curral. Por que não mostram às pessoas que elas são pessoas e não animais? Têm medo de que elas não precisem mais deles? Têm medo de que elas se percam? Se o temor é este, então consideram as pessoas incapazes de decidirem por suas vidas, que é o mesmo que menosprezar a capacidade de cada um, portanto se julgam superiores e são soberbos. Mas, se consideram seus pastorados e lideranças como prova de que são detentores da verdade absoluta então isto por si só é megalomania.
Agora, acreditar que tudo seja mentira e que não há nada nas comunidades religiosas, nos livros sagrados e na liderança religiosa que tenha proveito é ser minimalista ao extremo.
Julgar tudo como inútil e perda de tempo é abrir mão da possibilidade de conhecer algo que talvez faça bem e, fazer bem aqui é contribuir para uma sensação de bem estar.
A pessoa com quem conversei não apresentou argumentos para sua retirada da igreja. Ela simplesmente saiu. Não saiu pelo que leu neste blog, ela saiu e depois leu. Disse que concordou com o que escrevi, mas não disse por quê.
Este blog não incentiva as pessoas a saírem de suas igrejas. Se for possível, no máximo o meu desejo é apresentar uma proposta simples: perguntar, pensar e decidir, por si e não pelos outros, aquilo que se deseja fazer e naquilo que se deseja acreditar.
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