sábado, 24 de outubro de 2009

090. Ainda a solidão...

Lacrimae Rerum

Noite, irmã da Razão e irmã da Morte,
Quantas vezes tenho eu interrogado
Teu verbo, teu oráculo sagrado,
Confidente e intérprete da Sorte!

Aonde são teus sóis, como coorte
De almas inquietas, que conduz o Fado?
E o homem por que vaga desolado
E em vão busca a certeza, que o conforte?

Mas, na pompa de imenso funeral,
Muda, a noite, sinistra e triunfal,
Passa volvendo as horas vagarosas...

É tudo, em torno a mim, dúvida e luto;
E, perdido num sonho imenso, escuto
O suspiro das cousas tenebrosas...

De Antero de Quintal

Fonte: Rua da Poesia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário, seja crítica, elogio ou sugestão. O que importa são suas palavras.

Então é aqui?

Pesquisar este blog